Rio, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Até a próxima quarta-feira, o Projeto Paixão de Ler homenageia o compositor Ary Barroso, que hoje completaria 100 anos. O centenário do autor de sucessos como Camisa Amarela, Morena Boca de Ouro, Aquarela do Brasil, Risque e Na Baixa do Sapateiro está sendo comemorado em sua cidade natal, Ubá (MG), e no Rio, cidade em que viveu e morreu em 9 de novembro de 1968.
A programação prevê 469 eventos por todo o Rio, em 238 instituições, entre bibliotecas populares, centros culturais, teatros, lonas culturais e universidades. A coordenação dos eventos é do Ministério da Cultura, em apoio à Comissão Nacional Organizadora do Centenário de nascimento do compositor Ary Barroso.
Ary começou a estudar piano cedo, porque as tias-avós que o criaram desde os 7 anos de idade, quando ficou órfão, queriam transformá-lo em concertista ou padre. Aos 18 anos, ele veio para o Rio estudar Direito. Depois de nove anos na faculdade, ele se formou, mas nunca atuou como advogado. A música foi sua escolha desde cedo. Seu sustento era garantido por apresentações em cinemas e cabarés. Em 1933, Ary entrou na Rádio Philips e seguiu apresentando programas de sucesso no rádio e na televisão, como Calouros em Desfile e Encontro com Ary. Na década de 30, ele também começou a carreira de locutor esportivo, e revolucionou a transmissão de rádio, com muita paixão, especialmente quando o Flamengo, seu time do coração, jogava. Na Rádio Nacional do Rio, ele trabalhou de 1956 até 1960.
Exigente e dono de um ouvido apurado para reprovar seus calouros, ele fazia questão que os candidatos soubessem os nomes dos compositores das músicas que iam apresentar. Revelou nomes como Dolores Duran, Elza Soares e Elizeth Cardoso e foi o maior nome do samba-exaltação. Ary Barroso também passou pela política, tendo sido eleito vereador pela União Democrática Nacional (UDN) em 1946. Ary também lutou pelos direitos autorais.