Empresários estão preocupados e prevêem aumento da carga tributária com a MP da Cofins

04/11/2003 - 18h25

Brasília - As mudanças propostas na reforma tributária ganharam a antipatia do setor produtivo. Industriais e empresários do comércio temem que a Medida Provisória 135, publicada na semana passada no Diário Oficial da União - que retira a cumulatividade da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) mas altera de 3% para 7,6% a alíquota da contribuição - aumente ainda mais a carga tributária do segmento produtivo.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a nova alíquota deve garantir ao governo uma arrecadação extra entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões. "Não há dúvida nenhuma de que haverá aumento da carga", disse hoje o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro.

Segundo ele, a alíquota foi "supercalibrada", levando o governo a fixar um patamar acima dos valores que garantem a manutenção dos níveis de arrecadação. Os empresários do comércio também reprovam a mudança. Segundo estudo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), o aumento na carga tributária com a nova Cofins pode chegar a R$ 16 bilhões. "Qualquer analista, não amestrado, vê na proposta de reforma tributária ausência de compromisso com a qualidade sistêmica, que se traduz pelo baixo grau de preocupação com a melhoria do sistema, com a competitividade nacional e com a simplificação", explicou a CACB por meio de nota.