Rio, 4/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O custo da construção civil aumentou 0,60% em outubro. O preço do metro quadrado atingiu R$ 450,94, ficando acima de setembro, quando a variação foi de 0,42%. De janeiro a outubro, a alta foi de 12,65%, enquanto no mesmo período do ano passado a variação foi de 8,21%. Na avaliação do presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário, Márcio Fortes, o resultado mostra uma inflação embutida maior do que em 2002, "o que, conseqüentemente, vem retraindo o mercado".
O Índice Nacional da Construção Civil, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que os reajustes salariais das categorias do setor influenciaram na elevação do índice, principalmente no Pará (3%), Mato Grosso (2,98%) e Rio Grande do Sul (2,79%). Também ficaram acima da média nacional os estados do Maranhão (1,03%), Acre e Paraíba (0,79%) e Piauí (0,62%).
Para Márcio Fortes, o aumento do Índice da Construção Civil reflete os riscos adicionais do empreendedor com os custos da mão-de-obra, dos materiais e dos serviços prestados. "Como as regras atuais do Sistema Financeiro de Habitação e de outros instrumentos de crédito imobiliário não permitem ao construtor reajustar o orçamento do imóvel de acordo com a variação da inflação, o custo acaba sendo repassado para o comprador do imóvel", explicou ele.
O Rio de Janeiro registrou o maior índice acumulado do ano, com 16,29%, acima da média nacional, que ficou em 12,65%. O Espírito Santo se manteve com o maior índice acumulado em 12 meses, de 22,98%, também acima da média nacional, de 18,08%.
Na composição do custo nacional, R$ 259,33 equivalem aos gastos com materiais e R$ 191,61 com a mão-de-obra. Em outubro, a parcela dos materiais registrou alta de 0,69%, enquanto em setembro o índice foi de 0,32%.
O Índice Nacional da Construção Civil é calculado mensalmente pelo IBGE em convênio com a Caixa Econômica Federal a partir do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e serve como referência para o governo delimitar os gastos na execução de obras públicas.