Indígenas aguardam a presença do presidente da Funasa em São Luís

01/11/2003 - 12h26

São Luís, 1/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os mais de 380 índios que ocupam as duas sedes da Funasa no bairro do Apicum e na Jordoa e o terceiro prédio onde funciona o escritório da organização não-governamental Pró-Vida (Instituto de Cooperação Pró-Vida), localizado no segundo andar do Dunas Center, no bairro da Cohama, aguardam para segunda-feira a chegada à capital maranhense do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Valdir Camarcio. Ele virá discutir a situação da assistência à saúde com os índios das tribos Krikatis, Gaviões, Canelas, Guajá, Caiapó e Timbiras, que vivem em 17 reservas, das quais 82% demarcadas, 12% em processo de demarcação e 6% ainda sem demarcação. No Maranhão, vivem cerca de 22 mil índios em sete povoados.

Os índios que ocupam os prédios públicos para reivindicar o respeito a direitos como o repasse de verbas destinadas às aldeias, além do afastamento do atual diretor do órgão. Ontem, no final do dia, os índios invadiram uma sala na sede da Funasa, onde funciona a organização Pró-Vida, de onde levaram fardos de pão e caixas de água mineral. "Estas coisas foram compradas com o nosso dinheiro, que era para a assistência nossa e, portanto fomos buscar o que é nosso. Não roubamos nada", afirmou o cacique José Alderico Pompeu, de Barra do Corda.

Os negociadores da Funasa, enviados de Brasília para resolver o problema da saúde dos índios informaram que os recursos, da ordem de R$ 1,27 milhão, foram liberados para convênios com oito das dez ONGs que trabalham com os índios. O assessor da presidência da Funasa, César Donizetti, informou que as outras reivindicações dos manifestantes serão atendidas a partir da implantação do novo modelo, que está sendo discutido. "Hoje, a assistência é toda feita pelas entidades. A idéia é usar os serviços das ONGs de forma complementar. Contudo, precisamos esperar o fim de alguns contratos para começar a implantar as mudanças", explicou.