Brasília, 30/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Com quase duas horas de atraso, foi lançada hoje, no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar em Defesa da Cultura. A frente é composta por 23 senadores e é presidida pelo senador Aloísio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado.
O cartunista Ziraldo falou em nome dos artistas presentes à solenidade. Ele agradeceu a intenção do Legislativo e disse que estava feliz pela iniciativa. "É muito bom para mim, que vivi o período da ditadura, ver que o Legislativo se coloca à disposição do setor cultural" afirmou o cartunista.
De acordo com o senador Aloísio Mercadante, a Frente Parlamentar em Defesa da Cultura vai atuar de forma a atender os anseios do setor cultural, até mesmo propondo projetos de lei.
A cineasta Tizuka Yamasaki também aplaudiu a iniciativa. Ela ressaltou que é muito importante que o governo Lula e os parlamentares participem ativamente do processo cultural. Tizuka revelou que mesmo com a dificuldade de recursos financeiros, muita coisa pode ser feita pelo setor cultural, visto que há vontade política.
Os artistas presentes à cerimônia entregaram ao senador Aloísio Mercadante o manifesto em defesa da regionalização cultural. O meio artístico defende o projeto aprovado pela Câmara, de autoria da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), prevendo percentuais de exibição de programas regionais em emissoras de rádio e televisão.
Para a cineasta Tizuka Yamasaki, o projeto vai incrementar a cultura nos estados e gerar empregos. "Defendemos que o texto da Câmara seja aprovado no Senado sem qualquer modificação", afirmou.
O projeto de regionalização cultural tramitou durante 12 anos na Câmara dos Deputados e foi apresentado inicialmente pela ex-deputada Beth Mendes.
O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura contou com a presença de artistas como Sérgio Mamberti, Sandra de Sá, Françoise Fourton, Lobão, Roberta Miranda, do cineasta Bruno Barreto e da coreógrafa Débora Kolker.
O grupo de percussão e vozes "Casa de Farinha" , de Brasília, fez a apresentação do Hino Nacional em ritmo diferente. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, encerrou a solenidade cantando para os presentes.