Líderes da oposição rebatem declarações de Lula sobre covardia dos ex-presidentes

30/10/2003 - 16h38

Brasília, 30/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ao afirmar, na Paraíba, que "os ex-presidentes foram covardes e não tiveram coragem de fazer o que precisava ser feito", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais munição ao PSDB e PFL, especialmente este último, que hoje realizou ato para marcar um ano de oposição ao governo.

O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), considerou as declarações do presidente "desnecessárias ao interesse do país". Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), foi mais ácido: "não posso pedir ao presidente para que não fale tolices, mas posso pedir a ele que não discurse de improviso", ironizou. Virgílio recomendou a Lula "que mergulhe nas suas águas internas para recuperar a humildade".

Coube aos líderes do Governo, Aloízio Mercadante (PT-SP), e do PT, Tião Viana (AC), saírem em defesa do presidente. Para Mercadante, as declarações de Lula mostram que o governo federal tem disposição para enfrentar problemas estruturais que foram agravados ao longo da história do Brasil. "Não podemos deixar de ter a firmeza para superá-los mesmo contrariando poderosos interesses", ressaltou o líder do Governo.

Mercadante acrescentou que durante muito tempo esses "poderosos interesses" impediram que as mudanças no país fossem realizadas. "A disposição do presidente Lula é de ter coragem suficiente para reformar o país em direção a inclusão social e a distribuição de renda", afirmou.

Já o líder Tião Viana considerou que as declarações do presidente não podem ser tomadas fora de um contexto. Segundo ele, ao afirmar que os presidentes não tiveram coragem para fazer o que tem que ser feito, Lula quis mostrar que seu governo está decidido em promover as mudanças necessárias para criar as condições de desenvolvimento e de melhoria da qualidade de vida do brasileiro. Acrescentou que esta declaração não pode ser analisada "como uma omissão ou culpa dos ex-presidentes".