Brasília, 28/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A suspensão da aplicação da vacina contra a paralisia infantil em parte do território nigeriano preocupa as autoridades de saúde do governo brasileiro, já que o vírus da doença pode retornar ao Brasil por causa do intercâmbio de pessoas e mercadorias. Alegando suspeitas de que a vacina transmita aids e provoque infertilidade, os estados de Kano, Zamfara e Kaduna, de governos mulçumanos no norte da Nigéria, suspenderam um programa de vacinação contra a poliomielite, comandado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em sua sede, em Genebra, na Suíça, a OMS informou não haver dúvidas sobre a segurança da imunização.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Maria de Lourdes de Souza Maia, disse que a notícia deixa o mundo apreensivo porque os países vêm desenvolvendo esforços para acabar a doença no mundo até 2005. "Essa notícia realmente deixa todos nós apreensivos no sentido de que os países vêm desenvolvendo esforços para manter os seus territórios livres da poliomielite", disse Maria de Lourdes.
As campanhas brasileiras de vacinação antipólio tiveram início em 1980 e ao longo dos anos a incidência da paralisia infantil vem caindo. As campanhas são realizadas em duas etapas, junho e agosto, e o último caso da doença registrado no Brasil foi em 1989, no município de Souza, na Paraíba.
Para a coordenadora do PNI, o Brasil não pode deixar de vacinar as crianças com idade abaixo de cinco anos porque a poliomielite não foi erradicada no mundo. A doença ainda existe em sete países com os quais co Brasil mantém intercâmbio de pessoas e mercadorias. Além da Nigéria, a poliomielite ainda ocorre no Egito, Afeganistão, Índia, Níger, Paquistão e Somália.