Brasília, 28/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, encaminhou hoje requerimento de informações ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para saber quais as providências que o governo tomou para esclarecer denúncia publicada pela revista Veja, sobre espionagem que teria sido praticada pelo PT e por assessores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 2002.

O senador se disse triste com a reportagem da revista e sugeriu da tribuna ao ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e ao secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, que peçam explicações ao governo sobre as articulações do PT para fazê-los desistir da disputa eleitoral.

A reportagem da Veja afirma que o PT montou uma equipe durante a campanha eleitoral do ano passado, destinada a torpedear os outros candidatos à Presidência da República, e a defender Luiz Inácio Lula da Silva.

O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), concordou que o ministro Márcio Thomas Bastos deve prestar todos os esclarecimentos que estiverem a seu alcance sobre a denúncia da revista. Mercadante afirmou que, a princípio, algumas coisas não fazem sentido como denúncia, como é o caso da renúncia do vice de Garotinho, Costa Leite.

Em relação à destruição das fitas do episódio do seqüestro e morte do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, Mercadante sustentou que quem mandou destruí-las foi um juiz, por entender que elas tinham sido obtidas ilegalmente, por grampo telefônico não autorizado.

O líder governista considerou também, pouco provável, que o vice da chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, tenha se envolvido nos episódios citados pela revista.

Mercadante afirmou que em relação ao suposto dossiê de mil páginas, que o senador Antônio Carlos Magalhães teria entregado a uma pessoa da equipe, encarregada de torpedear os adversários de Lula, é um fato que o próprio senador pode esclarecer.

Em resposta o senador Antônio Carlos confirmou ter sido procurado há poucos dias pelo jornalista Policarpo Júnior, da Veja, mas afirmou que não entregou dossiê envolvendo o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio, ex-caixa da campanha de Serra ao governo paulista.