Juiz decreta prisão preventiva de ex-policial que participou da chacina de Vigário Geral

24/10/2003 - 10h46

Rio, 24/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O segundo julgamento do ex-policial militar Arlindo Maginário Filho, que participou da chacina de Vigário Geral, foi suspenso logo após o início, na manhã de hoje, porque o advogado de defesa do réu não compareceu. Para evitar que o advogado falte ao próximo julgamento, marcado pelo juiz do II Tribunal do Júri, Luiz Noronha Dantas, para 14 de novembro, o promotor do Ministério Público, Paulo Rangel, pediu que fosse decretada a prisão preventiva do ex-policial até o dia do julgamento. A sugestão foi aceita pelo juiz e o réu saiu preso do tribunal.

Condenado a 441 anos de prisão em 1997 pela morte de 21 pessoas e tentativa de homicídio de outras quatro, o ex-policial teve sua pena reduzida para 77 anos pelo Supremo Tribunal Federal, que também concedeu a ele o direito de aguardar o novo júri popular em liberdade. A chacina de Vigário Geral aconteceu na madrugada de agosto de 1993.

De acordo com o Ministério Público, a chacina de Vigário Geral foi uma vingança pela morte de quatro policiais militares dois dias antes, no mesmo bairro. Ao todo, 52 policiais militares foram denunciados, dos quais apenas sete foram condenados. Desses, somente três estão presos cumprindo pena. Dois acusados estão foragidos, seis morreram, dez foram impronunciados e 27 absolvidos.
(Angélica Gramático)