Rio, 23/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A entrada de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país caiu cerca de 20%, entre agosto e setembro deste ano, passando de US$ 1 bilhão para US$ 796 milhões.
A constatação é do Invest Brasil – Rede Brasileira de Investimentos – que divulgou nesta quinta-feira, no Rio, sua análise do IED relativa a setembro deste ano.
Na avaliação do diretor da organização, Clementino Fraga Neto, esta queda ainda esta diretamente ligada à "estagnação e crise das principais economias mundiais (Estados Unidos, Japão, Canadá e países da Europa), com conseqüente desaceleração do ritmo de crescimento dos países desenvolvidos. Aliadas a retração da economia americana e ainda aos reflexos da guerra contra o Iraque, esses fatores causaram, segundo o Investe Brasil a uma verdadeira "crise mundial de aversão ao risco".
Os números anunciados pelo Investe Brasil, elaborados com base em dados divulgados pelo Banco Central, indicam que os Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil totalizaram até setembro de 2003 US$ 6,46 bilhões (queda de 40% em relação ao volume ingressado no mesmo período do ano passado), devendo chegar até outubro aos US$ 7,26 bilhões, mantendo a previsão do Banco Central de fechar 2003 com um volume de Investimentos Estrangeiros Diretos da ordem de US$ 10,0 bilhões. As previsões para 2004 são de que US$ 13,5 bilhões ingressem no país sob a forma de Investimento Estrangeiro Direto.
Sobre a queda de 49% no volume de investimentos ingressados no país em setembro deste ano, em comparação a setembro do ano passado, o Investe Brasil destacou a ressalva feita pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopez, de que os valores dos Ingressos de Investimentos Brutos chegaram a atingir os US$ 1,683 bilhões, "o melhor resultado do ano".
Dentro desse aumento dos Ingressos Brutos,destaca-se a participação do Japão, que registrou US$ 986 milhões de entradas de recursos no mês passado, aparecendo pela primeira vez entre os 10 principais investidores: um aumento de mais de 1.000% em relação a setembro de 2002. "Os dois aumentos podem ser explicados pela venda de participação na Vale do Rio Doce para a empresa japonesa Mitsui. (Nielmar de Oliveira)