Brasília, 22/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Amanhã, às 10 horas, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o ministro Roberto Rodrigues anuncia a estimativa da próxima safra de grãos e a área plantada.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Luiz Carlos Guedes Pinto, antecipou apenas que "a soja será a grande vedete". Na última estimativa, divulgada em agosto, ainda contendo plantio do ano passado, a expectativa era de uma colheita de pouco mais de122 milhões de toneladas. Agora, vão constar os números gerais, já com o amplo uso de todos os instrumentos de incentivo para o plantio, investimento e comercialização, anunciados em meados deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com recursos de R$ 32,5 bilhões.
Novos recursos
O agronegócio, a partir de amanhã, também contará com novos recursos. É que o Banco do Brasil vai liberar R$ 200 milhões para financiamento da estocagem de trigo. O anúncio foi feito hoje pelo ministro da Agricultura,, Roberto Rodrigues. Os recursos vão apoiar os produtores na comercialização do produto, que está em pleno período de colheita. A intenção do governo é retirar do mercado parte da safra para que haja uma melhor distribuição na oferta do cereal, visando a evitar pressões baixistas sobre seus preços.
Do total de recursos, R$ 100 milhões se destinam a Empréstimos do Governo Federal (EGF) e R$ 100 milhões a operações por intermédio de Cédula de Produto Rural (CPR). "Temos uma produção grande, concentrada num curto período e os preços estão caindo", disse o ministro, ao justificar a necessidade de medidas de apoio aos triticultores, após fazer palestra sobre "O novo governo e as perspectivas do agronegócio brasileiro", no 18º Congresso Brasileiro de Avicultura, no Palácio do Itamaraty.
Conforme o ministro Roberto Rodrigues, também está em análise a possibilidade de criar uma Linha Especial de Crédito (LEC) para apoiar a comercialização do trigo. "Estamos conversando sobre isso com a área financeira", afirmou o ministro. Diante da previsão de uma safra entre 4,5 e 5 milhões de toneladas do cereal, o governo avalia ainda o lançamento de contratos de opção de venda com vencimento em 2004.
Criada em março deste ano, a LEC é um instrumento destinado a aumentar a liquidez na comercialização. Ela é complementar ao Empréstimo do Governo Federal (EGF), com a vantagem de oferecer maior flexibilidade operacional e financiamento a preços acima do mínimo de garantia, que é base do EGF.
PARCERIAS - O ministro revelou também que representantes dos setores público e privado do agronegócio estão discutindo as parcerias propostas pelo governo federal em obras estratégicas para o escoamento da safra. Segundo ele, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) está tratando do assunto com consultores das áreas de infra-estrutura e logística para elaborar um projeto a ser apresentado ao empresariado. "Precisamos saber onde faltam ferrovias, rodovias, armazéns e quais portos necessitam de investimentos para definir as prioridades para este e o próximo ano", afirmou Rodrigues, que fez palestra no congresso a convite da União Brasileira de Avicultura (UBA), promotora do evento. Depois de concluído o projeto, o setor privado poderá apontar quais as áreas em que tem interesse de investir.