Brasília, 22/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O desafio de conciliar a preservação da Amazônia à construção de infra-estrutura na região será debatido por engenheiros, políticos, ambientalistas e empresários durante o Seminário A Engenharia e o Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Amazônia, que está sendo realizado hoje e amanhã.

O arquiteto Alberto de Faria, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do DF (CREA) e um dos organizadores do evento define como essencial recolocar a Amazônia no centro das questões ambientais considerando que a área tem potencial de aproveitamento econômico. Ele defende a exploração econômica da região, desde que subordinada à preservação do meio ambiente. "Não podemos ficar pobre para preservar a floresta, nem destruí-la", afirma.

Para o especialista, um dos desafios é delimitar o "não fazer; encontrar um equilíbrio". Ele condenou o desmatamento em reservas indígenas e a exploração desordenada da madeira. Apesar de arquiteto e empreendedor, Faria chegou a afirmar que as obras são importantes, mas não devem ser realizadas "a qualquer custo". Para ele, existe consenso de que não se pode ter questões éticas subordinadas à questões econômicas.

Alberto Faria considera positiva a inclusão de obras de infra-estrutura no Plano Plurianual 2004-2007 (PPA). Para ele, as obras estão sendo pensadas numa estrutura de desenvolvimento do País, e não só da Amazônia. "O governo está certo ao adotar uma visão global", afirma.

Uma das saídas para evitar polêmica e a polarização entre ambientalistas e empresários, é rever a legislação em vigor deixando as regras mais claras. "Hoje, a lei é restritiva ao desenvolvimento". Faria critica, por exemplo, a ausência de prazo para que os órgãos ambientais se pronunciem no pedido de licenciamento, "com isso, o empreendimento fica parado, sem definição e previsão".

Até amanhã, os participantes vão discutir temas como a gestão ambiental e territorial, novo padrão de financiamento, infra-estrutura para o desenvolvimento, e a pesquisa científica e tecnológica.