Brasília, 21/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirataria começou a desarticular uma rede gigantesca de contrabandistas, com envolvimento de policiais, empresários e até juíz. Os primeiros dez policiais civis já estão presos em São Paulo por ordem judicial. As primeiras investigações indicam que eles receberam mais de R$ 1,3 milhão em propinas do crime organizado.
As movimentações foram descobertas a partir da quebra do sigilo bancário autorizado pela justiça. Os policiais estão sendo investigados pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e a CPI da Pirataria. Eles são acusados de dar proteção a todo o esquema que envolve falsificação de mercadorias, contrabando e tráfico de drogas.
As investigações constataram que os policiais estariam envolvidos com Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, preso no início de setembro. Lobão é acusado de comandar setenta por cento do mercado clandestino de cigarros.
A CPI da Pirataria recebeu novas denúncias contra outros policiais e até um juiz de São Paulo, que estariam acobertando o esquema. As informações estão sendo investigadas também pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
A CPI foi instalada no dia dez de junho para investigar o mercado clandestino que provocou o fechamento de cerca de um milhão e meio de vagas em fábricas de cigarros, relógio e eletro-eletrônicos, entre outras, que tiveram que fechar as portas por causa da concorrência desleal de produtos falsificados.
A comissão está tentando identificar os grupos que comandam a pirataria no país. O presidente da CPI, deputado Luis Antônio Medeiros, disse que a CPI quer pegar os chefes de quadrilha, não os camelôs.