Senador colombiano classifica como ''nacionalismo retardatário'' revolta dos mineradores da Bolívia

21/10/2003 - 16h40

Brasília, 21/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A crise boliviana motivada pela revolta de mineradores e que culminou na renúncia do presidente Sanchez de Lozada foi duramente criticada, hoje, pelo senador colombiano do Partido Conservador, Enrique Gómes Hurtado. Ele participou do encontro de parlamentares latino-americanos, em Brasília, para discutir a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Ele classificou de "nacionalismo retardatário" a revolta dos mineradores contrários à exportação de gás boliviano para o Chile. "O povo boliviano deve morrer de fome sentado em uma poderosa reserva de gás natural. Trata-se de um nacionalismo retardatário que não leva a nada", afirmou o parlamentar colombiano.

Enrique Hurtado participou do debate "A Alca sob a perspectiva dos Estados Unidos" que contou, também, com a presença do co-presidente do Processo Negociador da Alca, embaixador Peter Allgeier, do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e da senadora Sonia Escudero, do Partido Justicialista argentino.

O senador colombiano ressaltou que as discussões sobre a Área de Livre Comércio das Américas passam, necessariamente, por uma reavaliação do conceito de soberania dos países. Foi neste contexto que o parlamentar criticou "o patriotismo" dos mineiros bolivianos que acabaram por conduzir o país para um "mau capitalismo". Hurtado também citou a Venezuela, neste aspecto, que, por conta de seus problemas internos, acabou por suspender os acordos com a Colômbia e deixou os países do Pacto Andino em compasso de espera.

Polêmico, o senador colombiano afirmou ainda que, "se os países ricos não ajudarem os mais pobres neste processo de integração", acontecerão problemas com o democracia no continente. "Todos estão dentro deste circo chamado Alca. Somos todos atores deste circo", afirmou o parlamentar.