Petrobras acena com possibilidade de nova proposta para evitar greve

21/10/2003 - 15h46

Rio, 21/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Petrobras admite evoluir na proposta apresentada para o fechamento do acordo coletivo com os petroleiros de todo o país e que têm data-base em primeiro de setembro.

Na avaliação do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, o acordo com a categoria pode ser fechado ainda hoje, "até porque a greve não é de interesse nem da Petrobras e nem dos petroleiros". Dutra garantiu que a empresa está trabalhando para que as negociações cheguem a bom termo e para evitar a greve de 72 horas que vem sendo anunciada pela categoria.

Ele, no entanto, não quis antecipar se as alterações na proposta da companhia envolvem o percentual de reajuste de salário. "A proposta que está colocada na mesa até o momento é de 10,7% de reajuste, mais um nível. O que dá um total em torno de 15%. Quanto ao fato de os inativos não poderem receber um nível – por serem inativos –, o que está colocado é a modificação do artigo da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), que vincula o reajuste dos ativos aos inativos, estabelecendo, na prática, a desvinculação. Nesse caso, há o compromisso da Petros de conceder reajuste anual para os inativos equivalente ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que dá hoje 15,07%", informou Dutra.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) reivindica aumento de 22,8%, aí incluídos a inflação medida pelo Dieese e 6,8% de produtividade. Dutra lembrou, no entanto, que o acordo não é só feito de cláusulas financeiras. "A proposta da Petrobras inclui, além do reajuste salarial, uma série de outros benefícios, inclusive o retorno de funcionários demitidos e auxílio-educação para os filhos dos petroleiros", informou ele.

Nielmar de Oliveira