Consumidor paulistano está mais pessimista, indica pesquisa da Fecomércio

21/10/2003 - 12h44

São Paulo, 21/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Índice de Intenções do Consumidor (IIC) atinge faixa de pessimismo, após apresentar queda de 2,64% em outubro em relação a setembro. Pela segunda vez em 2003, o resultado ficou abaixo dos 100 pontos, zona considerada de pessimismo.

A redução foi superior à do mês passado e fez o índice atingir 99,52 pontos na escala que varia de 0 a 200. Em setembro, o IIC ainda se manteve no patamar de otimismo - acima de 100 - com 102,21 pontos, apesar de já estar em trajetória de queda desde julho. Os dados constam de pesquisa da Federação do Comércio do Estado, realizada mensalmente com 900 consumidores da Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com a assessoria econômica da Fecomércio, a queda do IIC foi provocada, principalmente, pela piora da expectativa do futuro. Apesar de acreditarem no bom desempenho do governo, os consumidores começaram a perder esperança na rápida melhora do cenário econômico. O desemprego continua sendo a principal fonte de preocupação dos consumidores.

Em outubro, correspondeu a 27% dos fatores citados pelos entrevistados. Os economistas da entidade avaliam ainda que no primeiro semestre do ano foi implementada uma política monetária restritiva, o que retardou os efeitos positivos da proximidade do Natal. Apesar disso, eles destacam que a chegada do 13º salário, os reajustes salariais e a contratação para vagas temporárias neste último trimestre devem gerar uma avaliação positiva do cenário econômico a partir de novembro.

De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio, uma redução maior na taxa de juros nesta semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom) confirmaria que foi dado um rumo certo à economia e provocaria um aumento do otimismo nos últimos meses do ano. Porém, isso não seria mais suficiente para a reversão dos resultados obtidos por diversos setores em 2003. O
comércio ainda prevê queda do faturamento em relação ao obtido no ano passado ou um empate, apesar de o setor estar registrando redução menor nas vendas mensais.

Em setembro, a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) indicou queda de 3,4%. Para o Natal, a expectativa da Fecomercio é de que as vendas sejam equivalentes às de 2002.