Projeto japonês de adicionar álcool à gasolina pode mudar projeções do mercado brasileiro

19/10/2003 - 16h17

Brasília, 19/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A intenção do Japão de adicionar, de maneira obrigatória, álcool combustível à gasolina, como forma de reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera, está obrigando o Brasil a rever as projeções para o mercado exportador de álcool.

Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Fortes, o Brasil precisaria investir mais de R$ 2,5 bilhões para atender, nos próximos anos, a demanda do mercado japonês pelo produto. "Se os japoneses tornarem obrigatório o percentual de álcool na gasolina, o que deve ocorrer em alguns anos, vamos ter de aumentar a nossa produção de álcool em mais de 6 bilhões de litros-ano", disse.

Segundo ele, o Japão está adicionando álcool à gasolina de forma experimental e ainda não obrigatória. Ele informou que o governo japonês regulamentou, na semana passada, lei permitindo a adição de até 3% de álcool à gasolina, a partir de março de 2004. Atualmente, o Brasil, maior produtor de álcool do mundo, produz cerca de 12,5 bilhões de litros do combustível. Países como Colômbia e Índia também estão negociando com Brasil a possibilidade de adicionar álcool etanol à gasolina.