Brasília - A Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool deve entregar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 60 dias, um estudo sobre a viabilidade de abrir novas áreas para plantio de cana-de-açúcar no país, com objetivo de atender à demanda do Japão.
Na semana passada, o governo japonês regulamentou lei permitindo a adição de até 3% de álcool à gasolina a partir de março de 2004. A medida representa a criação de um mercado com potencial de importar cerca 1,8 bilhão de litros/ano de etanol.
O governo japonês já manifestou interesse em importar álcool brasileiro e investir em infra-estrutura de transporte e logística para permitir o escoamento da produção até os portos. O Japão quer, entretanto, a abertura de novas áreas de cultivo de cana para produzir o álcool destinado àquele mercado. Por isso, a Câmara Setorial está realizando o estudo, encomendado pelo Mapa, setor sucroalcooleiro e Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC).
A lei regulamentada pelo Ministério do Meio Ambiente japonês faculta o uso da mistura de álcool à gasolina, a partir de março de 2004, nas regiões de Osaka e da Ilha Hogaido. De 2005 em diante, essa norma valerá para todo o país. Análises do governo do Japão comprovam que a adição até 10% de etanol não compromete a mecânica da sua frota de veículos, que consome 60 bilhões de litros/ano de gasolina.
Além do álcool, o governo japonês está interessado no seqüestro de carbono e produção de biodiesel. As novas áreas de canaviais poderiam servir para o seqüestro de carbono, pelo qual o Japão pagaria, e para o cultivo de produtos dos quais se extraiam óleo para misturar no diesel. Anualmente, aquele país tem um estoque de crédito de US$ 7 bilhões para investimentos no Brasil. Parte dos recursos pode ser usada no programa que está sendo analisado pela Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool.
As informações são do Ministério da Agricultura