Recife, 16/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva, chegará hoje à noite a Recife a fim de negociar uma saída para o conflito referente à posse do engenho Prado, no município de Tracunhaém (zona da mata de Pernambuco), onde 300 famílias aguardam a assinatura de decreto declarando a área, de interesse social. A propriedade é do grupo João Santos.

Há três meses, casas, lavouras e móveis foram destruídos quando trabalhadores rurais entraram em conflito com policiais militares numa ação de reintegração e posse do local. Amanhã (17), o ouvidor terá audiência com o desembargador Napoleão Tavares, presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

O superintendente do Incra, João Farias, afirmou que não faz sentido colocar em risco a vida de policiais militares, que são servidores públicos, e de famílias de trabalhadores sem terra, em uma operação perigosa de desocupação de uma área que vai ser desapropriada para fins de reforma agrária. Os trabalhadores vivem há seis anos nas terras, formadas por cinco engenhos, que totalizam 2.600 hectares, onde plantam milho, feijão, mandioca, inhame e banana.