Brasil deve faturar US$ 1,5 bi com exportação de carne bovina este ano

16/10/2003 - 17h53

Brasília, 16/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil vai exportar mais de 1,3 milhão de toneladas de carne bovina este ano, o que renderá cerca de US$ 1,5 bilhão, segundo projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O desempenho acumulado do ano, de janeiro a setembro, revelou um crescimento de 38%, em comparação com igual período do ano passado. Nos primeiros nove meses, as remessas de carne bovina somaram 930 mil toneladas, o que equivale a US$ 1 bilhão.

Além do aumento das exportações, há também perspectivas de crescimento no faturamento. Isto porque o Brasil tem recuperado os preços pagos pela carne em 35%, se considerado o preço pago pela tonelada de carne bovina "in natura" exportada em janeiro de 2003 (US$ 1.549 por tonelada), com o valor médio registrado no mês passado (US$ 2.098 por tonelada). No entanto, o valor médio de negociação da carne bovina brasileira ainda não retomou os valores registrados há três anos. Em janeiro de 2000, a tonelada da carne bovina era exportada por US$ 2,7 mil em média, ou seja, 27% a mais do que o valor registrado em setembro deste ano.

Segundo o assessor técnico da CNA, Paulo Mustefaga, o desempenho positivo da pecuária brasileira no exterior deve-se ao melhoramento da qualidade da carne, ao baixo custo de produção e à conquista de novos mercados. "Os custos da produção brasileira são baixos, porque o rebanho é criado em condições naturais", afirma Mustefaga. Em outros países, como os Estados Unidos, o gado é criado em confinamento, isso porque o país não possui terras e pastagens suficientes.

Problemas na produção de países concorrentes também contribuíram para o crescimento da participação brasileira no mercado exterior. Nos últimos meses, Estados Unidos e Austrália estão com o desempenho afetado pelo período de seca. A febre aftosa na Argentina e a "vaca louca" na Europa também estimulam os compradores do exterior a preferirem a carne produzida no Brasil. "O país ganhou o mercado do Chile que antes era abastecido pela Argentina", afirma Mustefaga. Segundo o técnico da CNA, atualmente 80% do rebanho brasileiro está livre da contaminação pela febre aftosa e a meta para 2005 é a total erradicação da doença.