Brasília, 15/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Promessa de boas lutas e muita emoção no ginásio do Flamengo, no Rio de Janeiro, no próximo domingo (19). Os oito principais clubes de judô do Brasil entram no tatame para a disputa do I Grand Prix Nacional. Barueri/SP, Pinheiros/SP, São Caetano/SP, São Paulo/SP, Flamengo/RJ, Gama Filho/RJ, Sogipa/RS e Minas Tênis Clube/MG lutarão pelo scudetto do GP Nacional com equipes de cinco categorias de peso no masculino (meio-leve, leve, meio-médio, médio e pesado). Além do troféu para o clube campeão, serão premiados também o atleta mais técnico, o ippon mais rápido e a melhor torcida. A grande final será no dia 4 de dezembro de 2003.
"Vivemos um momento favorável em nosso esporte e tenho certeza de que o GP Nacional será o principal evento do judô brasileiro. Vamos formatar a competição para atender à demanda da TV, sem perder de vista, evidentemente, o aspecto técnico. Mas nosso objetivo é inovar e popularizar ainda mais a modalidade", diz o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley, lembrando a importância dos clubes que foram indicados pelas federações estaduais para participar do campeonato. "Com o GP, vamos valorizar as rivalidades clubísticas de forma saudável, despertando as torcidas", continua o dirigente, entusiasmado em reviver nos tatames os duelos do futebol e de outras modalidades, como basquete e vôlei.
O pesado Daniel Hernandes, do Pinheiros/SP, campeão nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, voltou há pouco tempo aos treinos, depois do período intenso de competições, como o Pan e o Mundial. "Ainda estou retomando o ritmo, mas será uma boa competição, com fortes combates", acredita Hernandes.
Outro campeão pan-americano em Santo Domingo, o meio-médio Flávio Canto, que defende as cores da Gama Filho/RJ, acha o GP importante para o judô nacional e aposta que a competição será fundamental na preparação para a seletiva olímpica. "É o início da minha retomada aos treinos fortes. Quero partir com tudo para conquistar a vaga para Atenas", comenta Canto, que considera o Grand Prix a competição mais importante do judô nacional. "O GP vai levar o judô de volta aos clubes e vai gerar um espaço de mídia para nós que nunca tivemos".
O meio-leve da seleção brasileira, Henrique Guimarães, que lutará pelo São Caetano/SP, também comemora a estréia da competição: "Nós, atletas, só temos a agradecer pela criação do Grand Prix. É o primeiro evento de grande porte interclubes e despertará uma rivalidade saudável entre atletas e torcida. Sem dúvida, a competição aumentará o nível técnico do judô brasileiro, pois vai incentivar os clube a se reforçar", acredita Henrique, bronze em Santo Domingo, que deverá enfrentar pela primeira vez o agora meio-leve João Derly, do Sogipa/RS, ex-integrante da equipe permanente no ligeiro. Sogipa e São Caetano lutam às 10h50 deste domingo.
Sebastián Pereira, do Flamengo/RJ, é reserva de Luis Camillo na seleção brasileira. E está animado para a competição em casa: "O Flamengo vai com tudo, vai para vencer", comenta Sebástian, campeão brasileiro em São Paulo no fim de setembro, que considera os clubes paulistas os principais adversários.
Segundo Paulo Wanderley, o intuito da CBJ é que, em um futuro próximo, o GP seja auto-sustentável, permitindo aos clubes participar da competição sem custo. Além disso, adaptações poderão ser feitas, em breve, nos quimonos, para que se identifiquem mais com as instituições que representam.
A criação do Grand Prix Nacional fecha um ano de importantes conquistas internacionais para o judô brasileiro em 2003. Nesta temporada, os atletas verde-amarelo conquistaram 17 medalhas individuais (em 18 possíveis) no Campeonato Pan-Americano de Salvador, dez medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (sendo cinco de ouro, o esporte que mais vitórias deu ao Brasil na competição) e três bronzes e cinco vagas olímpicas no Campeonato Mundial de Osaka. Além disso, a CBJ comemorou a escolha do Rio de Janeiro para sede do Campeonato Mundial de 2007.