Brasília, 14/10/2003 (Agência Brasil-Abr) - Cerca de 90% das agências do Banco do Brasil no Distrito Federal paralisaram as atividades hoje em função da greve dos empregados da instituição, segundo as informações do Sindicato dos Bancários da Capital Federal.
Em São Paulo, 70% dos funcionários interromperam parte das atividades. No Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador a greve foi mais tímida. Em outras cidades, como Curitiba e Porto Alegre, a paralisação poderá iniciar o movimento amanhã. Já as agências da Caixa Econômica Federal funcionaram normalmente, pelo menos no DF. O BB ainda não se pronunciou sobre a greve.
Os terminais de auto-atendimento do BB, no entanto, estão funcionando normalmente e neles é possível realizar 80% das transações bancárias.
Os empregados da instituição, incluindo bancários e trabalhadores dos escritórios, decidiram entrar em greve ontem após assembléia da categoria ontem, quando os funcionários rejeitaram proposta de reajuste salarial considerado insuficiente pela categoria. O BB ofereceu aumento de 12,6% apenas para quem ganha o piso salarial - de R$ 798. Dos 79 mil funcionários do BB, apenas 11 mil ganham o piso. Para os funcionários mais antigos, o reajuste proposto é de 6%.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do DF, José Wilson da Silva, os empregados que inicialmente reivindicavam um reajuste de 20,5%, agora aceitam a proposta já aprovada pela Fenaban, entidade responsável pelas negociações com os bancos privados, que propõe ajuste salarial de 12,6%, abono de R$ 1.500, participação nos lucros de 80% do salário mais R$ 650 e aumento nos valores pagos para cesta alimentação da categoria.
Nos últimos nove anos, enquanto os bancários do setor privado receberam um reajuste de 126,6%, os funcionários do BB tiveram 54,7% e os da Caixa, 45,8%, segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese).
Os trabalhadores do BB voltam a se reunir hoje às 18h no DF para deliberar sobre o futuro do movimento.