Crianças fazem divertida viagem pelo mundo das orquestras

11/10/2003 - 9h45

Brasília - O que faz um maestro? O que são spallas? E palhetas? Batutas e baquetas? Tímpanos, trompas, tubas e fagotes, harpas e xilofones, como é que se organizam tantos instrumentos? Por que as cordas são tão numerosas e os fagotes tão poucos? Estas e outras perguntas vão ser respondidas no espetáculo escrito por Tim Rescala, que estréia amanhã, Dia das Crianças, às 11h, no Teatro Carlos Gomes, no Rio, para mais três récitas em outubro (19 e 26) e novembro (23). E com muito bom humor, temperando as informações, na medida certa para transformar a curiosidade em paixão.

Com direção cênica de Cacá Mourthé, do Tablado, Brincando de Orquestra acompanha a incursão de João, Isabela e Bernardo ao ensaio de uma orquestra no Teatro Municipal, a partir da encomenda de um trabalho escolar pela professora dos três. O guia – e salvador da pátria dos meninos, perdidos no tema – é o tio de Bernardo, Heitor, arquivista do teatro. Assim, os três meninos conhecem a fundo a orquestra sanfônica, opa, xinfrônica, quer dizer, Sin-fô-ni-ca que, ao contrário do que pensaram num primeiro momento, não tem nada a ver com medicina.
"Além de mostrar a estrutura básica da orquestra e as formas tradicionais, Brincando de Orquestra incorpora gêneros e instrumentos bem brasileiros e contemporâneos", conta Tim Rescala, que compôs a obra com a Bolsa Vitae 1999/2000. "É didática, claro, mas foge ao jeito europeu de Pedro e o Lobo e do Guia de Orquestra para Jovens", completa o compositor, que rege a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) Jovem, neste espetáculo com 60 dos seus 100 integrantes, todos entre 14 e 28 anos de idade.

O elenco é formado pelo experiente Tonico Pereira, que incorpora o simpático tio Heitor. As crianças são vividas pelos atores Josi Antero (Isabela), Carlos Félix (João) e Pedro Kosovski (Bernardo). Sura Berditchevski faz uma especialísisma participação como a professora, em voz e em fotografia.

"As crianças em cena trazem uma empatia forte com o público", diz a diretora Cacá Mourthé, que emplaca o segundo trabalho de música e teatro com Tim Rescala, depois da ópera O Cavalinho Azul. "E Tim faz questão de brincar com a imagem solene da orquestra, para desmistificar a distância que as pessoas mantêm da música clássica, um mundo fascinante". Cacá e Tim prepararam as projeções que acompanham os diálogos e a música de Brincando de Orquestra, mostrando em detalhes os instrumentos e as figuras da música que estão sendo focalizadas.

Além de se divertir e aprender no espetáculo, as crianças receberão uma cartilha-programa, com muitas das informações que são mostradas em cena. "Nosso ideal é fazer desse espetáculo um programa permanente, à disposição dos estudantes, porque só se gosta daquilo que se conhece, e as mudanças de mentalidade precisam de estímulo continuado", diz Tim Rescala. "Esperamos que depois destas quatro récitas, possamos estar de novo em cena para atender a muito mais crianças", acrescenta.