Produtores paraibanos usam tecnologia da Embrapa para descaroçar algodão

10/10/2003 - 16h05

Brasília, 10/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A unidade Algodão da Embrapa (Campina Grande, PB) participa até domingo, em João Pessoa, da Feira do Empreendedor, onde mostra tecnologias já em aplicação por parte de produtores paraibanos. Uma delas foi desenvolvida em parceria com a empresa Sival, em 1995. É a mini-usina processadora de algodão, equipada com 50 serras e prensa manual de pequeno porte, em uso pelas comunidades Mãe Joana, município de Fagundes e Várzea da Ema, município de Santa Helena.

Na época em que foi desenvolvida, a máquina tinha 25 serras. Hoje, a tecnologia foi aperfeiçoada e a máquina de descaroçamento tem o dobro de serras e uma prensa hidráulica para enfardamento da fibra. O equipamento é destinado a associação de pequenos agricultores e cooperativas que produzem em áreas de até 350 hectares. A vantagem é agregar valor ao produto, já que vários agricultores, no Nordeste, ainda comercializam o algodão em caroço, enquanto na maioria dos países produtores o algodão é vendido em forma de pluma.

O pesquisador da Embrapa, Odilon Ribeiro Reny, adaptou o novo equipamento fundamentando-se no princípio dos descaroçadores de serra. Segundo ele, o incremento da receita na pequena propriedade pode chegar a 200%, com a adoção da tecnologia. A máquina tem capacidade de descaroçar até 360 quilos de algodão por hora de trabalho. São 2.880 quilos por dia, em oito horas de trabalho, o que dá uma produção de 1.065 quilos de pluma. São necessárias apenas cinco pessoas para operar o equipamento, beneficiar e enfardar o algodão.

Os produtores que usam a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Algodão vendem a pluma diretamente para a indústria de fiação, usam a semente em forma de caroço para alimentar o rebanho local e ainda produzem sementes de boa qualidade, o que acaba com o problema de falta de sementes para o plantio no início do inverno. Além disso, o investimento na compra do equipamento e preparo das instalações é pequeno. Outro retorno é a geração de cinco empregos no manuseio da usina.

Com informações da Ascom Embrapa Algodão