Universidades e Museu Nacional se unem para estudar anfíbios anuros

09/10/2003 - 14h34

Brasília, 9/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Estudo com o objetivo de descrever, nomear e classificar as espécies de anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) existentes no estado de São Paulo teve início neste segundo semestre do ano envolvendo a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP), por meio da Faculdade de Ciências Biológicas de Sorocaba, as universidades Estadual de São Paulo (Unesp), de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), e de Taubaté (Unitau) e o Museu Nacional do Rio de Janeiro. A pesquisa, denominada "Diversidade de anfíbios anuros do Estado de São Paulo" tem financiamento da Fapesp por meio do programa Biota. A previsão é que o trabalho seja concluído em quatro anos.

A parte da ciência que trata da classificação dos organismos é denominada taxonomia. "Apesar de ser uma atividade antiga, só uma pequena parcela dos seres vivos foi catalogada", explica Luciano Castanho, coordenador do curso de Ciências Biológicas da Puc, em Sorocaba, e um dos responsáveis pela pesquisa. Em relação a essa questão, os dados são pouco precisos. Estima-se que existam entre 5 e 50 milhões de espécies no planeta. Desse total, cerca de 1,4 milhão foram cientificamente descritas. "Isso dá a magnitude do trabalho que ainda tem de ser feito, com o agravante de que muitas espécies têm sido extintas antes mesmo de terem sido conhecidas pela ciência", afirma Castanho.

A pesquisa interinstitucional estudará os anfíbios anuros, animais pouco conhecidos na atualidade. De acordo com o representante da Puc, só em São Paulo são conhecidas mais de 180 espécies de anuros, sendo que a maior parte ocorre em remanescentes da Mata Atlântica. O estudo será conduzido seguindo a observação de sete pontos principais: Levantamento das espécies; Coleta de exemplares; Resolução de problemas taxonômicos como meio de se avaliar de forma mais precisa a diversidade existente; Gravação das vocalizações para ampliação do arquivo sonoro; Estudo dos ciclos de vida; Determinação do estado de conservação da anurofauna em diferentes ecossistemas e Identificação de espécies e/ou populações isoladas e ameaçadas de extinção.