Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou hoje que a sugestão feita pela relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Execuções Sumárias, Asma Jahangir, de promover uma inspeção internacional no Poder Judiciário brasileiro deveria ser considerada uma "oportunidade da magistratura nacional revelar suas virtudes e defeitos".
Por intermédio de seu porta-voz, André Singer, o presidente lembrou que a sociedade brasileira conhece de longa data as limitações do Poder Judiciário e que há muito defende a realização de uma reforma do poder que o aproxime da sociedade. "Não é nova a idéia de que o Poder Judiciário precisa de uma reforma. O fato da representante da ONU dizer que gostaria de enviar alguém para conhecer melhor o Poder Judiciário deveria ser visto como uma grande oportunidade de mostrar essas virtudes e deficiências", disse.
O presidente negou a existência de uma crise entre os ministérios em relação à política internacional de seu governo. Segundo Singer, todas as ações dos ministros na tentativa de estabelecer uma nova política de negociação internacional - em especial da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) - é feita em acordo com as diretrizes traçadas pelo próprio presidente. "A posição brasileira tem seguido a orientação do presidente desde o início de seu mandato: a de obter com pragmatismo e firmeza as melhores condições para o Brasil. O Brasil tem conduzido o diálogo com nossos parceiros com competência e realismo", disse o porta-voz.
Sobre a possibilidade do deputado Fernando Gabeira (RJ) deixar o PT, em razão da MP dos Transgênicos, o presidente revelou que espera que o parlamentar resolva a questão por meio de conversas com a presidência nacional do PT. "Ele torce para que as atuais divergências sejam resolvidas com o diálogo com o presidente do partido, José Genoíno", disse.
Raquel Ribeiro e Nelson Motta