Brasília, 9/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, recebeu reivindicações regionais da bancada do Nordeste na Câmara dos Deputados, durante café da manhã com 64 dos 151 parlamentares do bloco. Entre elas, a de que reitere com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva os compromissos encaminhados na reunião do dia 7 de julho.

Sobre o pedido para que o Banco do Nordeste do Brasil incorpore os bancos estaduais federalizados do Ceará, Piauí e Maranhão, José Dirceu disse que merecerá uma análise cuidadosa e demorada, porque envolve um acordo internacional do governo anterior com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que o presidente Lula prometeu manter. A experiência com bancos estaduais em passado recente não foi boa, lembrou, acrescentando que a União não pode arcar com os passivos desses bancos. "É preciso ver se o BNB tem ou não condições de realmente incorporar esses bancos", disse.

O coordenador da bancada, deputado Roberto Pessoa (PFL-CE), não saiu satisfeito do encontro. "Ele disse que primeiro devemos melhorar o Brasil, para depois melhorar o Nordeste. Eu discordo: é muito mais barato cuidar do Nordeste, pelas suas potencialidades e baixos investimentos necessários, do que adiar soluções para a região", afirmou o parlamentar.

O ministro garantiu aos parlamentares nordestinos que a região não será prejudicada nem vai perder o Fundo de Desenvolvimento Regional, com a aprovação da reforma tributária. "Ninguém vai perder fundo nenhum. As compensações que o governo federal acertou com os governadores serão mantidas, de uma forma ou de outra. O Senado está discutindo as hipóteses de essas compensações ficarem estabelecidas no Orçamento Geral da União, nos investimentos e nos critérios de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ficar sem compensação, não ficará, porque já existe compromisso do Governo", disse.

O documento encaminhado pela bancada do Nordeste reivindica atenção do governo federal para os seguintes pontos: transposição de águas para o semi-árido nordestino (Projeto Rio São Francisco); utilização do biodiesel como alternativa de energia; implantação de centros vocacionais tecnológicos; duplicação da BR-101, entre Salvador e Natal; e fortalecimento da recém-recriada Sudene, com definição clara sobre os recursos a serem destinados para o desenvolvimento regional.