Brasília, 9/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil ampliou as exportações de produtos lácteos em setembro, vendendo 3,94 mil toneladas, o que representa um crescimento de 23,9% sobre as 3,18 mil toneladas de setembro de 2002. As exportações de lácteos renderam US$ 3,9 milhões ao país em setembro e US$ 28 milhões no acumulado do ano.
"No terceiro trimestre, as exportações de lácteos aumentaram mais de 20%, na comparação com os mesmos meses do ano passado", destaca o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite (CNPL) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant’Anna Alvim.
O setor lácteo também registrou queda das importações e leve recuo da produção interna nos últimos meses. Para Alvim, isto indica que não há espaço para a queda dos preços pagos ao produtor, conforme boatos correntes em várias regiões do país.
Paralela ao aumento das exportações de lácteos, consolida-se a tendência de queda das importações. Em setembro, o Brasil comprou 7,14 mil toneladas de produtos lácteos. Isto representa 46,8% a menos que as 13,42 mil toneladas importadas em setembro do ano passado. No acumulado do ano até setembro, as importações de lácteos somam 63,59 mil toneladas, 61,8% a menos que as 166,50 mil toneladas compradas em igual período de 2002.
Rodrigo Alvim ressalta que isto se deve à manutenção dos altos preços internacionais dos produtos lácteos, o que acaba inibindo as importações. A tonelada de leite em pó está sendo negociada, no mercado europeu, entre US$ 1,8 mil e US$ 2 mil, e entre US$ 1,7 mil e US$ 1,8 mil no mercado asiático. No primeiro semestre, a tonelada de leite em pó chegou a ser negociada abaixo dos US$ 1,7 mil, um patamar que já restringia as importações.
Segundo a análise da CNPL, ainda é possível que a produção de leite cresça até 4% em 2003. O Brasil produziu 20,4 bilhões de litros no ano passado. Para haver aumento de oferta de leite, porém, "é indispensável que o produtor seja melhor remunerado", alerta Alvim.
O presidente da CNPL/CNA está preocupado com a repetição do mesmo quadro pelo qual passaram os pecuaristas de leite em 2001, quando a redução dos preços pagos ao setor teve início em pleno período de entressafra, com conseqüente desestímulo à produção. "Isto acaba se refletindo no preço final prejudicando o consumidor, com altas nos preços do produto. Sem produção, a oferta de leite é menor e mais cara", lembra o Rodrigo Alvim.