São Paulo, 6/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Cinco novas penitenciárias serão construídas no interior de São Paulo para acomodar melhor a população carcerária do estado, que já abriga 122 mil presos, o equivalente a 40% do total nacional. Pelo convênio assinado hoje nesta capital entre o Ministério da Justiça e o governo do estado, as penitenciárias, que representarão a abertura de 3.288 novas vagas, serão construídas a partir de dezembro e estarão prontas em setembro de 2004. Segundo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a construção de novos presídios é apenas um dos passos para resolver o problema da criminalidade no país.
"Não vamos acabar com o crime organizado no Brasil dando um tiro de canhão. Nós vamos acabar com o crime organizado e construir um Brasil seguro à medida que tomarmos uma série de providências, desde o (investimento no programa) Fome Zero até a construção de penitenciárias, a reforma do poder Judiciário, a reforma das polícias, o Sistema Único de Segurança Pública. Essas são medidas que estão sendo tomadas e vão continuar sendo tomadas", afirmou Bastos durante a solenidade de assinatura, no Palácio dos Bandeirantes.
No total, serão investidos R$ 60,5 milhões - 70% das obras terão verbas federais e 30%, estaduais. As novas penitenciárias vão ser construídas nos municípios de Flórida Paulista , Irapuru, Marabá Paulista, Tupi Paulista e Bauru, onde o presídio local receberá mais duas novas alas.
O governador Geraldo Alckmin não teme reações negativas nas comunidades onde esses presídios serão construídos. "A penitenciária ajuda o município. Em pequenos municípios com economia mais fraca, uma unidade dessas representa R$ 10 milhões na economia, na construção civil e, depois, mais 400 empregos diretos, fora os empregos indiretos. Tanto é que dispomos de uma fila de municípios se predispondo às novas unidades prisionais", comentou.
Segundo o governador, as cadeias e os distritos policiais estão superlotados e é preciso transferir os presos para penitenciárias adequadas, onde possam cumprir pena e ao mesmo tempo trabalhar. (Bruno Bocchini)