Brasília, 6/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Manifestantes estiveram hoje no Bosque do Constituinte, na Praça dos Três Poderes, protestando contra a construção de um museu em memória ao pioneiro Israel Pinheiro no local. Representantes da Sociedade Brasileira de Engenharia Florestal, membros do Partido Verde e alunos da Universidade de Brasília (UnB) plantaram mudas de mogno na área.
O Bosque do Constituinte foi criado em 1988, ano da promulgação da Constituição. Na época, foram plantadas 800 árvores pelos 581 constituintes, populares e crianças de várias escolas de Brasília. As árvores plantadas pelos parlamentares Ulysses Guimarães, José Sarney, Sigmaringa Seixas e todos aqueles que participaram da Constituição ainda estão no local, mas os manifestantes não sabem até quando. Eles temem que a construção do museu, que está sendo erguido no local, destrua o bosque e as árvores arrancadas não sejam replantadas.
"A árvore é um símbolo de longevidade, e esse bosque representa uma época onde ainda não havia discussão ambiental", disse o professor Elieser Volpato, de Legislação e Política Florestal da UnB. "Estão agredindo a memória dos constituintes com a construção desse museu. O que vamos dizer às nossas crianças?", questionou.
Da placa comemorativa que transcrevia o artigo 225 da Constituição Brasileira – "Todos têm direito a um meio-ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações" – só sobrou o pedestal. Tudo foi retirado em função da obra.
Israel Pinheiro Filho, membro do Instituto Israel Pinheiro, disse que as árvores retiradas serão replantadas. "Além disso, ainda aumentaremos a área do bosque que estava esquecido, com as árvores morrendo", afirmou. Ele disse ainda que a obra está dentro da lei e de todas as normas técnicas. "Essa manifestação é fruto da falta de informação", afirmou.