São Paulo, 4/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde suspeita que queimaduras provocadas por acidentes envolvendo álcool voltaram a subir, após liminar concedida à Associação Brasileira de Produtores de Álcool que permite a comercialização do produto em forma líquida e não em gel. Desde agosto de 2002, está proibida a venda de álcool liquido no país, no entanto, 11 empresas conseguiram na justiça permissão para a comercializar o produto.
O engenheiro químico e sanitarista da Anvisa, Jorge Luiz Calavanti, disse que os números que comprovam essa elevação nas queimaduras, em função do uso do álcool líquido, serão levados à justiça para garantir a vigência da proibição. "Com a proibição, foi constatada uma redução da ordem de 65% dos acidentes, entretanto, com a liminar os acidentes têm aumentado", disse.
Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBC), divulgados em janeiro, indicavam que em 56 centros de tratamento de queimados no Brasil o número de acidentes por álcool teve redução entre 60% e 65%, após a publicação resolução da Anvisa proibindo o uso do álcool líquido. Estima-se que ocorreriam 150 mil queimaduras. A pesquisa revela ainda que o local em que mais ocorrem os acidentes é a cozinha e faixa etária mais atingida é até 12 anos, com 33% das ocorrências.
O álcool líquido provoca mais acidentes porque espalha mais rápido, aumentando a superfície de queima, ao contrário do produto em forma de gel. Jorge Luiz Calavanti participou em São Paulo encerramento do IV Congresso Brasileiro de Queimados.