Rio, 3/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse hoje que o país está pronto para crescer e que, até o momento, o governo fez os acertos necessários para a estabilização da economia.
Afirmou que a inflação está sob controle e que hoje há condições para um crescimento sustentado com uma economia estabilizada. "Eu não tenho medo da inflação porque nós conseguimos controlá-la, mas no ano passado eu tinha receito que essa inflação pudesse se tornar um problema, impedir o crescimento sustentado e um equilíbrio da economia brasileira. O que eu falei é que não se deve brincar com a inflação, porque uma inflação de 30% é como uma pequena gravidez. Depois ela se torna uma grande gravidez. Então nós temos que abortar o processo antes que ele se torne um problema", disse após fazer palestra para empresários do setor de energia e Petróleo, no Rio.
A questão dos investimentos em infra-estrutura foi apontada por ele como fundamental para o crescimento do Brasil, acrescentando que, por ser pequena a capacidade do governo em fazer investimentos nesta área, estão sendo criados mecanismos para incentivar o setor privado, já que ele "é decisivo para a execução de novos planos de investimentos".
Ainda segundo Mantega, para que o país possa ter crescimento sustentado de 4%, "ou seja, sem pontos de estrangulamento, é preciso investir em infra-estrutura. Por isso, o governo está se preocupando com isso e é uma das prioridades do Plano Plurianual (PPA), estimular e aumentar os investimentos nesta área. Se não crescer o investimento em infra-estrutura, de fato, não se conseguirá ter esse crescimento. Nós estamos preocupados com a área de energia e temos vários projetos. São cerca de R$ 30 bilhões a serem investidos na área de energia nos próximos anos". Segundo o ministro, o regime de concessões para a recuperação de rodovias federais e ferrovias será retomado.
Sobre os R$ 6 bilhões, segundo cálculos de Mantega, que faltam para fechar o orçamento de 2004, ele explicou que "Temos que fazer uma acomodação de despesas adicionais que não estavam previstas quando formulamos a proposta orçamentária. Isso não é um rombo, mas uma reacomodação de despesas. Iremos fazer isso junto com o Congresso. É normal que se façam adequações no orçamento", finalizou.