China e Japão na rota das exportações brasileiras

03/10/2003 - 11h32

São Paulo, 03/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A China e o Japão estão na mira dos exportadores brasileiros. Viagem de duas semanas realizado pelo diretor da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Juán Quirós, aos dois países, permitiu que se identificasse oportunidades comerciais, bem como conhecer características de concorrentes de produtos brasileiros. Dentro de quatro meses, adiantou Quirós, será possível concluir levantamento com estratégias focadas na expansão das vendas para os dois parceiros.

A participação em feiras setoriais nos dois países orientais, bem como o convite a empresas estrangeiras a visitarem o Brasil, devem integrar as ações estratégicas. Com isso, será possível contactar com maior eficácia potenciais compradores.

Apesar das exportações brasileiras para a China apresentarem um crescimento de 136% de janeiro a agosto deste ano, movimentando US$ 2,9 bilhões, o mercado chinês é, ainda, bastante promissor e apresenta grande potencial de crescimento para a venda de produtos brasileiros.

Atualmente quatro produtos dominam a pauta das exportações para a China: soja, minério de ferro, mármores e granitos. Sendo que soja e minério de ferro representam mais de 50% do volume exportado.

Durante a viagem para as cidades de Macau, Hong Kong, Xangai e Pequin, foi feito uma prospecção comercial para os seguintes produtos brasileiros: alimentos, peixes e camarões,
frutas e vegetais, cosméticos e produtos de higiene, autopeças, cerâmica, confecções, móveis, cachaça, calçados e assessórios, produtos de bio-tecnológia, software, artesanato, chocolate, balas e bolachas, equipamentos médicos e hospitalares e fogos de artifício. A partir do estudo, será possível conhecer os clientes potenciais, volume de compra, o preço médio, a logística de transportes, as barreiras tarifárias, explicou Juan Quirós, diretor da Apex. "Além de exportar, queremos consolidar o mercado e ter um pós-venda, que crie com os nossos clientes confiança no produto brasileiro", disse.

Na visita à China, foi feito um mapeamento de 3.500 lojas de conveniência, 2.500 supermercados, 64 hipermercados e uma rede de lojas de materiais de construção, que possui quatro mil pontos de venda. O objetivo é definir as prioridades, "quem tem muitas prioridades, não tem nenhuma.Temos de focar no que podemos começar e depois vamos agregando outros produtos", enfatizou Quirós.

Segundo a Apex, o setor de móveis vem apresentando um crescimento significativo na China. Em 2002 movimentou cerca de US$ 20 bilhões, na produção e venda. O Brasil, ressaltou
Quirós, pode aumentar as exportações também nesse segmento, já que tem qualidade e preço competitivo, mas é necessário também " uma ação agressiva de promoção comercial e
consolidar a presença no mercado chinês", afirmou Quirós, que fez um balanço positivo da viagem que resultou em um volume grande de informações.

Ele concluiu que "nossa ação deve ser iniciada por uma lista de produtos e depois utilizar a experiência para uma penetração maior de outros produtos". No próximo dia 12 de outubro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Furlan, visita as cidades
chinesas de Macau, Hong Kong, Xangai e Pequin, dando continuidade à prospecção de mercado e a relação comercial entre os dois países.

Japão

O mercado japonês é muito competitivo internamente, avaliou Quirós. Ele informou que no trabalho inicial de prospecção, participou de encontros com representantes da Câmara Brasil-Japão, onde foi entregue uma lista de produtos "ideais para iniciar uma avaliação do mercado japonês": cosméticos, cerâmica, confecções, jóias, móveis, cachaça, calçados e assessórios, software, mármores e granitos e produtos orgânicos.

No encontro com a Jetro, a agência que promove as importações no Japão, foi fechado um acordo com a Apex que vai ampliar o programa que tem com produtos orgânicos no Brasil, com
objetivo de vender produtos, como açúcar, feijão, mel, castanha, café, entre outros. A convite da Jetro, um gerente de projeto da Apex ficará no Japão durante um mês para verificar quais produtos orgânicos terão mais aceitação naquele país e de que forma devem ser apresentados e comercializados.

"O mercado japonês é extremamente exigente na qualidade e na manutenção de serviços. O fornecimento tem de ser de acordo com os padrões japoneses", disse Quirós. Segundo ele, o trabalho de colocar as pequenas e médias empresas em novos mercados no exterior, vai resultar em crescimento das exportações em 2004, mas já está apresentando resultados este ano. A Apex realizou, de janeiro a setembro deste ano, 198 eventos internacionais, além de 38 missões comerciais e 33 missões empresariais.

Com isso, a geração de negócios movimentou US$ 117,5 milhões. Quirós prevê que, nos próximos doze meses, os negócios irão movimentar cerca de US$ 885,6 milhões. Os resultados positivos lá fora refletiram em mais empregos aqui no Brasil. Do início do ano até setembro, mais de 47 mil postos de trabalho foram criados para atender a demanda externa.