Brasília - A Polícia Civil do Distrito Federal anunciou hoje a desarticulação de um "consórcio nacional de quadrilhas", formado por grupos organizados, inclusive com envolvimento do Primeiro Comando da Capital - PCC e do traficante Fernandinho Beira Mar. Ao todo fazem parte do "consórcio" 57 criminosos espalhados em cinco quadrilhas, que atuavam na Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Durante seis meses de investigação e mais de 800 fitas gravadas, a Polícia Civil descobriu que duas pessoas do Distrito Federal, Maurício Lima da Silva e Eliane Souza Araújo, davam apoio logístico às quadrilhas. Os dois forneciam carteira de identidade, certidão de nascimento e passaporte falsos e providenciavam aluguel de carros para os integrantes das quadrilhas.
As quadrilhas agiam em todo o país com práticas de roubo a bancos, cargas e transportes. A investigação concluiu ainda que advogados e policiais estão envolvidos nesse "consórcio de quadrilhas". O próprio Maurício, preso em Brasília, declarou à polícia que as quadrilhas o procuraram para que esquentasse documentos e ajudasse Beira Mar a retirar milhões de reais de conta poupança.
Segundo o chefe de Atividades Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal, Celso Ferro, essa é a maior articulação criminosa já vista no país. "São 57 criminosos, divididos em cinco quadrilhas, cada uma com ações específicas e articuladas entre si. Além disso terceirizavam atividades de outras quadrilhas para a prática de assaltos em todo país", afirmou.
As investigações comprovaram ainda que existe uma ramificação do PCC, conhecida como PLD - Partido Liberdade Direito, dentro do Presídio da Papuda, no Distrito Federal.
Estão sendo procurados os chefes das quadrilhas de São Paulo, José Reinaldo Girotti, Odilavison Gelain, Valdemir Bueno e Romildo, o Midão do PCC, que é casado com Eliane - presa em Brasília.
A lista dos 22 criminosos investigados foi publicada no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal de forma indevida, atrapalhando a captura dos procurados. O corregedor geral de Polícia Civil, Arnaldo Siqueira, determinou a abertura de sindicância para apurar os responsáveis pela exposição sigilosa na internet.
Viviane Fernandes