Brasília, 2/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - As Forças Armadas estão preparadas, com pelotões reforçados há três anos, na fronteira com o Peru e a Colômbia, para impedir a invasão de terras brasileiras por criminosos, guerrilheiros e civis. De acordo com o Comandante Militar da Amazônia, general-de-exército Cláudio Barbosa de Figueiredo, "não existe interesse das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em atuar no território brasileiro, mas o Exército está preparado. Temos que estar alertas".
Como parte dessa preparação, em junho cerca de cinco mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica participaram da Operação Timbó, para capacitar militares no combate à violação de fronteira e ao narcotráfico no Amazonas e no Acre. A operação, de acordo com o comandante Figueiredo, custou R$ 5 milhões e abrangeu uma área de 2.400 quilômetros na faixa de fronteira com o Peru e a Colômbia. Durante a operação, foram atendidas 115 pessoas com emissão de documentos, assistência médica.
Esta foi a segunda operação combinada das três forças armadas na região. A primeira foi realizada no ano passado, com o nome de Tapuru. De acordo com o general, a operação Timbó é uma evolução do projeto realizado em 2002. Para o comandante militar da Amazônia, esse tipo de treinamento fortalece as forças armadas brasileiras em ações combinadas e serve de demonstração de força do Brasil na área de fronteira, "é parte do treinamento das forças armadas para sua capacitação e o cumprimento do dever constitucional de defesa da pátria", explicou.
Estiveram envolvidas na Operação Timbó, 42 aeronaves, 73 viaturas e 21 embarcações no patrulhamento terrestre, aéreo e hidroviário da fronteira entre a Vila Bittencourt (AM) e Santa Rosa do Purus (AC). Participaram também da operação, policiais militares e federais, agentes da Agência Brasileira de Inteligência e da Receita Federal.
Segundo o comandante Figueiredo, houve uma diminuição de operações ilegais com o aumento da presença do Estado brasileiro nas áreas de fronteira. "A própria população passou a se sentir mais segura e consciente da importância da defesa da Amazônia nas áreas fronteiriças", afirmou. Ainda segundo o general, o principal beneficiário da operação Timbó "foi o próprio Brasil".