Rio, 29/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Saúde, Humberto Costa, classificou como "ridículos" os investimentos feitos atualmente nos laboratórios públicos, que este ano vão receber R$ 40 milhões. Ele adiantou que a previsão é duplicar o volume de recursos no orçamento de 2004 e comparou com os gastos do SUS, que anualmente destina cerca de R$ 3 bilhões para a compra de medicamentos.
O ministro defendeu a proposta de inclusão da área da Saúde na discussão de mecanismos de parceria público-privada, conforme vem acontecendo em outros setores. Ele destacou que a prioridade deve ser a definição de alterações na legislação para permitir que integrantes de órgãos públicos possam desenvolver trabalhos com profissionais da iniciativa privada.
Outro fato considerado importante pelo ministro é que sempre haverá uma parcela expressiva da população que só terá acesso a medicamentos se o poder público prover. "Por mais que a indústria farmacêutica se desenvolva nesse país, nós vamos continuar com milhões de pessoas excluídas do acesso aos medicamentos. Por isso é importante a existência dos laboratórios públicos, que sem competir com o segmento privado, possam produzir para o sistema de saúde".
O ministro criticou as amarras que impedem o desenvolvimento do setor, entre elas, a concepção de endividamento público que não permite a destinação de recursos públicos para um órgão público cuja produção é cativa de um comprador único, que é o Ministério da Saúde. "Isto é o tipo da coisa que na minha cabeça de nordestino e não de economista, não consegue entrar, porque a gente vê que o país pode economizar muito mais."
O ministro participou da abertura do 2°Seminário Nacional sobre o Complexo Industrial da Saúde, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.