São Paulo, 29/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Força Sindical e a CUT pediram hoje que o governo participe das negociações salariais realizadas pelas duas centrais de trabalhadores, cobrindo parte dos custos com a redução da jornada de trabalho. "Queremos criar um clima no Brasil para que o governo se envolva nessa negociação, inclusive com o Congresso Nacional, aprovando uma legislação que reduza a jornada de trabalho para que se criem dois milhões de novos empregos", afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, durante ato de entrega da pauta de reivindicações da campanha salarial unificada à Federação das Indústrias do Estado de São (Fiesp).
Segundo Paulinho, as centrais querem que o governo arque com parte do ônus da redução da jornada de trabalho, uma das reivindicações apresentadas hoje. "Nós queremos fazer uma grande negociação que possa envolver alguma participação do governo no custo dessa redução", disse.
Luiz Marinho, presidente da CUT, afirmou que as centrais estão discutindo a campanha salarial tanto com os empresários quanto com o governo. "Nós estamos negociando sim em duas frentes, uma frente com o empresariado, onde nós queremos recompor o poder de compra, e outra com o governo, com quem queremos negociar a retomada do desenvolvimento", afirmou.
Uma pauta de reivindicações será levada ao governo federal pedindo a queda na taxa de juros, a criação de frentes de trabalho para trabalhadores com pouca qualificação profissional e a reavaliação do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entre as principais reivindicações entregues hoje à Fiesp está o reajuste salarial de 20%, a redução da jornada de trabalho sem perda salarial, a participação nos lucros e resultados, e o piso salarial único de R$ 600.
Bruno Bocchini