Balança comercial tem superávit recorde de US$ 17,5 bilhões

29/09/2003 - 17h01

Gustavo Bernardes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Faltando apenas três meses para o término do ano, a balança comercial brasileira já registra um saldo positivo recorde de US$ 17,549 bilhões. O resultado é o melhor já registrado na história do país - quase três vezes maior que o superávit de US$ 7,7 bilhões, referente ao período janeiro-setembro do ano passado.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil vendeu neste ano para outros países US$ 52,124 bilhões e comprou US$ 34,575 bilhões. O desempenho reforça a hipótese do Ministério do Desenvolvimento de registrar, ao fim do ano, um superávit comercial igual ou superior a US$ 20 bilhões. Como o segundo semestre é conhecido tradicionalmente pelo aumento do fluxo de comércio, a expectativa dos técnicos do governo é de vendas recordes. Nos próximos três meses, o governo aposta que as exportações vão superar US$ 13 bilhões, levando o país a atingir a marca dos US$ 68 bilhões em vendas externas projetados no início do ano para 2003.

Apesar desse otimismo, duas das três categorias de produtos registraram, na semana passada, queda nas exportações. As vendas de básicos e semimanufaturados caíram, respectivamente, 6,8% e 5,7%, em relação a setembro de 2002. Enquanto as exportações de produtos como soja, farelo de soja, café em grão, carne de frango passaram de uma média semanal de US$ 112,9 milhões para US$ 105,2 milhões, as vendas externas de mercadorias como óleo de soja bruto, alumínio e açúcar bruto caíram de uma média semanal de US$ 47,5 milhões para US$ 44,8 milhões.

Os manufaturados - fio-máquina, barras de ferro e aço, veículos de carga, gasolina, automóveis, laminados planos, autopeças, motores, geradores, pneumáticos e madeiras compensadas - foram os únicos que apresentaram incremento de 21,8%, em relação ao ano passado. Somente na semana passada, as exportações médias totalizaram US$ 330,7 milhões, enquanto no mesmo período de 2002, o comércio de produtos brasileiros somou em média US$ 309,1 milhões.

As compras externas brasileiras também aumentaram, na média de 10,1% em relação a setembro do ano passado. Segundo dados da Secex, somente na semana passada, os maiores gastos que o país teve foram com a compra de adubos e fertilizantes (61,3%), cereais e produtos de moagem (49,9%), automóveis e partes (25,6%), plásticos e derivados (17,4%) e siderúrgicos (16,1%), farmacêuticos (12,8%), químicos orgânicos e inorgânicos (10,8%), instrumentos de ótica e precisão (7,9%), combustíveis e lubrificantes (7,2%) e equipamentos mecânicos (6,2%).