Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal está disposto a apoiar o Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público, que têm como principal objetivo reduzir o preço das passagens de ônibus em todo o país. O presidente em exercício, José Alencar, que recebeu no Palácio do Planalto os representantes do movimento e integrantes da Frente Parlamentar do Transporte Público, se comprometeu a encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as reivindicações da entidade.
"O presidente em exercício ficou sensibilizado com a questão, porque existem 56 milhões de excluídos no transporte por falta de condições para comprar uma passagem", ressaltou o coordenador da Frente Parlamentar, deputado Jackson Barreto (PTB-SE).
Dentre as propostas apresentadas ao Governo para reduzir os custos das passagens, estão a destinação de 25% do Imposto sobre Combustível (Cide) para o transporte público e desoneração dos principais insumos do setor, com preços especiais para energia elétrica e óleo diesel.
Segundo o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Otávio Vieira da Cunha Filho, as passagens de ônibus coletivos que hoje estão custando em média R$ 1,41, poderão ficar 50% mais baratas. Pelos cálculos do diretor executivo da Associação Nacional de Transporte Público, Nazareno Afonso, só a redução no preço do óleo diesel pode reduzir em 14% o preço das tarifas. "A nossa expectativa mais próxima para a redução (dos preços) das passagens é conseguirmos equiparar o transporte coletivo aos bens de primeira necessidade na reforma tributária".
O Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público e a Frente Parlamentar foram instalados oficialmente hoje de manhã no Congresso Nacional. Participam do Movimento a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT-CUT), entre outras.
As entidades esperam, agora, um chamado do governo para que possam apresentar as reivindicações pessoalmente ao presidente Lula. "Eu saio otimista porque é esse o governo que tem que cuidar dos excluídos", resumiu o deputado Jackson Barreto.