Indústria química corre riscos de não crescer em 2003

25/09/2003 - 17h03

Rio, 25/9/2003 (Agencia Brasil-ABR) - O clima é de estabilidade na indústria química brasileira, mas a expectativa do Presidente da Associação Brasileira da Indústria Química-ABIQUIM, Carlos Mariani Bittencourt, é de que certos setores químicos, principalmente plásticos, devem chegar ao final do ano com crescimento zero ou até mesmo negativo.

O fenômeno não se verifica há mais de 10 anos. A causa é a queda da demanda interna, que explica a baixa atividade e o baixo consumo de embalagens e de automóveis. O presidente da Abiquim afirmou, por outro lado, que a maioria das empresas do setor químico está mantendo a produção, operando próximo da capacidade nominal e direcionando a produção para o exterior, por meio de exportações, que deverão responder este ano por um percentual superior ao do patamar histórico de 10% a 11%, uma vez que as vendas internas estão estagnadas. Os embarques externos mantêm o setor em atividade e cobrem os custos diretos mas a contribuição para o resultado é insignificante, disse Mariani.

No Estado do Rio de Janeiro, o incremento das vendas reais do setor químico em agosto, da ordem de 8,82%, foi atribuído pela Chefe da Assessoria de Pesquisas Economicas da Firjan, Luciana Marques de Sá, às exportações.

Dados fornecidos à Agencia Brasil pela economista Fátima Geovanna, da Abiquim, revelam que as vendas internas do setor químico nacional caíram 3,68% de janeiro a agosto de 2003, enquanto a produção subiu 5,50%, influenciada pelas exportações que subiram 26%. Em 2002, o incremento das vendas internas foi de 4,42% para uma produção que cresceu 3,63% em relação a 2001.

Fátima Geovanna explicou que a queda nas vendas do setor para o mercado doméstico este ano foi influenciada por 4 meses (de fevereiro a maio) quando o faturamento "foi ao fundo do poço". O mês de maio foi o pior das vendas internas do setor químico desde janeiro de 1995, revelou. A economista da Abiquim lembrou que a partir de junho o nível de vendas internas já atingiu o equivalente ao do começo do ano, que era bom, mas ainda não foi suficiente para reverter a queda acumulada no ano. (ALANA GANDRA)