Rio, 25/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Enquanto o governo discute a edição da Medida Provisória, que trata da liberação do plantio e comércio da soja transgênica no Rio Grande do Sul, produtores e defensores da agricultura orgânica, sem agrotóxicos e adubos químicos, de 14 países, participam no Rio de Janeiro da primeira Biofach na América do Sul, a maior conferência e feira de produtos naturais e orgânicos no mundo.
O encontro, que vai ser realizado nesta quinta e sexta-feira, no hotel Glória, discute o mercado dos produtos orgânicos e também a relação destes produtos com a preservação do meio ambiente.
Na conferência, produtores orgânicos brasileiros, entre eles o ator Marcos Palmeira, vão falar de suas experiências no setor, que deve produzir este ano cerca de 200 mil toneladas, movimentando quase R$ 300 milhões. Outro tema em discussão é a divulgação dos produtos, pois segundo dados do Instituto Biodinâmico, responsável pela certificação dos orgânicos, 70% da produção brasileira é exportada.
Para o gerente do Instituto, Álvaro Garcia, a população ainda resiste a consumir produtos livres de agrotóxicos e adubos químicos, apesar de perceber a diferença entre os orgânicos e os convencionais. Garcia também cita o fato dos orgânicos custarem 20% a mais do que os produtos convencionais. Segundo ele, o preço mais alto é para compensar os gastos com as exigências para a comercialização, entre elas a certificação origem e da qualidade. "A agricultura orgânica no Brasil está em crescimento, mas precisa ser mais divulgada, a exemplo do que já acontece na Europa, onde a população exige os produtos sem agrotóxicos e adubos químicos", enfatizou Garcia.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário incentiva a produção dos orgânicos por meio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).