Empresas aéreas podem recorrer à Justiça contra presença de urubus nas proximidadess dos aeroportos

23/09/2003 - 18h16

Rio, 23/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - As empresas aéreas poderão acionar judicialmente as prefeituras e os governos estaduais que permitem o funcionamento de lixões, curtumes, matadouros e outras atividades atrativas de aves nas imediações de aeroportos. Reunidas hoje no Rio de Janeiro, as assessorias jurídicas das empresas decidiram que vão buscar ressarcimentos, caso a resolução número quatro do Conselho Nacional do meio Ambiente (Conama), editada em 1995, proibindo a implantação de atividades atrativas de aves em raio de 20km em torno dos aeroportos, não seja cumprida.

De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 228 colisões de aves e aviões de vários tamanhos. No ano passado, foram 341 ocorrências. A maior parte dos acidentes, 24%, são causados por urubus. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), os aeroportos onde as colisões são mais freqüentes são o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão (RJ) e o Aeroporto Internacional de Brasília.

Segundo o SNEA, uma colisão de um urubu com o MD-11 da Varig, que voaria de Guarulhos para o Chile, em julho deste ano, causou prejuízo de US$ 540 mil à companhia devido a danos causados no motor. Além dos reparos nos aviões, as empresas têm que arcar com combustível extra, indenizações, hospedagem e outras despesas com passageiros. O sindicato alerta também para a questão da segurança, o choque entre um urubu de 1 quilo e um avião a 400 quilômetros por hora, no momento do pouso e da decolagem, gera um impacto de sete toneladas.