Brasília, 20/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, que participou na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, das cerimônias do Dia Internacional da Paz, manifestou interesse em estimular o programa da Unesco "Diálogo entre Civilizações". O programa enfatiza a educação como instrumento, a ciência e a tecnologia como motores da conecção global, tendo em vista a preservação da diversidade cultural e dos valores espirituais.

Ao falar em Nova Iorque, Gilberto Gil lembrou que o Brasil tem o perfil ideal para acolher o programa. "Nós entendemos que o Brasil tem o perfil próprio de nação para acolher um programa desse tipo. Além desse aspecto, o Brasil tem, no seu próprio exercício histórico, uma dimensão de conciliação de várias civilizações. Nós temos, no Brasil, os judeus, os árabes, os índios, os africanos de várias matizes, os europeus e os asiáticos. Temos esse ‘melting pot’ racial, cultural, étnico e sociológico, que nos capacita para ser uma sede importante desse programa. Além disso, o fato de termos no Brasil e, portanto, no Hemisfério Sul, um braço da ONU, eu acho que é uma coisa muito importante", afirmou Gil.

Em pronunciamento por ocasião das comemorações do Dia Internacional da Paz, o secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, exortou os povos e governos do mundo a iniciar um diálogo pacífico, que deverá prosseguir na Assembléia-Geral da organização, que começa terça-feira (23) em Nova Iorque, tendo em vista promover um consenso mundial em torno das principais ameaças à paz e à segurança.

Annan assinalou que "o Dia Internacional da Paz, instituído pela ONU em 21 de setembro, é o dia do cessar-fogo e da não-violência no mundo, um convite a todas as nações e povos do planeta a honrarem a cessação das diversas formas de hostilidades, durante todo um dia".

O ator Michael Douglas, que participou do evento, alertou para os perigos da proliferação e o comércio ilícito de armas de pequeno calibre, responsáveis pela morte de milhões de pessoas em todas as partes do mundo.

"Nós temos, aproximadamente, 690 milhões de armas pequenas no planeta e um terço dessas armas encontram-se nos Estados Unidos, afirmou Douglas, pedindo a ação imediata dos governos em torno do desarmamento.

As informações são da ONU.