com informações da ONU
Nova York - O Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef) , lançou, nessa quinta-feira, relatório sobre abusos físicos contra crianças, estudo realizado em cerca de 30 países industrializados.
A pesquisa é a primeira tentativa de se traçar um quadro comparativo sobre abusos físicos praticados contra crianças nas nações ricas, como a França, Alemanha, Bélgica, Noruega, Suécia e Estados Unidos.
Marta Santos Pais, diretora do Centro de Pesquisas do Unicef, em Florença, coordenadora do estudo, afirma que o novo relatório é um alerta sobre os maus tratos praticados, hoje, contra crianças. Um fenômeno que resulta na morte anual de cerca de 3.500 menores de 15 anos nos países desenvolvidos.
"Esse estudo indica que a violência contra a criança não tem beneficiado a visibilidade e nem o apoio político que a questão merece. Não podemos adiar, nem mais um segundo, a questão", disse a coordenadora.
Segundo ela, o número de mortes por maus tratos contra crianças é de tal maneira elevado nos países desenvolvidos, que demonstra que já se deveria ter começado a trabalhar há muitas décadas. Anualmente, esses maus tratos levam à morte duas crianças por semana na Alemanha, três na França e 27 nos Estados Unidos. "Esses são dados extremamente preocupantes, que não nos permite ficar passivos diante desse problema. Nossa esperança é que o relatório possa gerar um interesse e um amplo debate no seio de cada país, para que se adotem medidas eficazes", concluiu a coordenadora.
A menor incidência de morte de crianças por maus tratos foi apurada na Grécia,Itália, Irlanda, Noruega e Espanha. Os números são elevados nos Estados Unidos, México e Portugal.
O relatório faz uma clara conexão entre violência geral e violência contra crianças. Países com baixas taxas de morte infantil por maus tratos têm também baixos índices de adultos mortos por latrocínio(roubo seguido de morte), por exemplo.
Fatores como pobreza, estresse, drogas, alcoolismo estão claramente ligados às milhares de crianças que morrem a cada ano por violência em suas casas, escolas e comunidades, diz o relatório.