Petistas apóiam luta do MST pela reforma agrária

19/09/2003 - 18h14

Brasília, 19/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A bancada do PT na Câmara dos Deputados manifestou, em nota oficial divulgada hoje, inteira solidariedade ao Movimento Ncional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na luta pela reforma agrária. Para os parlamentares, a reforma agrária é "um dos caminhos para a solução das profundas e crônicas desigualdades sociais no país".

A nota também reprova a atitude de membros do Judiciário, ao tratar as reivindicações do MST como uma questão policial, como fez o juiz de Teodoro Sampaio (SP), Atis de Araújo Oliveira, "responsável direto pelo agravamento das tensões no Pontal do Paranapanema (SP)". O PT afirma que é de se lamentar que setores do Judiciário, em estreita ligação com as áreas mais atrasadas do meio rural, tentem imprimir retrocessos no processo de ocupação da terra. Na nota, os deputados petistas condenam as atitudes que instigam a intolerância, e ignoram que o acesso à terra, pelos que nela querem trabalhar, é um direito de todos.

Ainda, de acordo com a nota, assinada pelo líder do partido, deputado Nelson Pelegrino (BA), tanto os produtores como os sem-terra têm interesse em evitar conflitos mas, infelizmente, decisões como a do juiz paulista servem de combustível para estimular os desentendimentos. O PT reafirmou seu compromisso com a luta pela terra, partindo do reconhecimento de que a reforma agrária é inevitável, uma exigência de toda a sociedade brasileira e "instrumento fundamental de modernização da economia brasileira". A bancada do PT lembra que colocar o MST como uma questão policial é ignorar a história e a necessidade de milhões de famílias que poderão dar a sua contribuição ao desenvolvimento do país.

Por fim, o PT afirma, na nota, que quer uma reforma agrária pacífica e condena a violência no campo, seja de um lado ou do outro, e mantem-se fiel ao seu compromisso histórico de garantir o acesso à terra aos agricultores necessitados. Lembra também que a tensão no campo prejudica a todos - governo, sem-terra, produtores rurais e toda a sociedade. "A bancada defende a conquista imediata de soluções pacíficas para os graves problemas que temos no campo, garantindo aos sem-terra sua fatia de chão, onde possam morar, trabalhar e assegurar o seu digno sustento e também o aumento da produção agrícola do Brasil", conclui a nota.