Presidente da Fecomércio do Rio considera frustante redução da Selic

17/09/2003 - 18h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O Presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, considerou frustrante a queda da taxa básica Selic do patamar anterior, de 22%, fixado em agosto, para 20%, decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em nota distribuída há pouco à imprensa, nesta capital, ele afirmou que a redução do ritmo de queda dos juros é considerada frustrante pelo setor do comércio de bens, serviços e turismo, que engloba cerca de 350 mil empresas, emprega em torno de 1,7 milhão de trabalhadores e é representado pela Fecomércio.

"O comércio é, sem dúvida, o setor que mais sofre com a política monetária em vigor, o que pode ser comprovado pela queda de 4,36% no faturamento revelada pela Pesquisa Mensal do Comércio de julho. Além disso, os preços vêm dando claros sinais de estabilidade.
Portanto, era de se esperar que pudéssemos ter, agora, pelo menos o mesmo nível de juros que tínhamos há um ano, ou seja, 18%. A Fecomércio acredita que o Banco Central poderá ir além do que foi até agora nas próximas reuniões do Copom, para que possamos zerar esse período de crise dos últimos meses e olhar para a frente com mais esperança", disse Orlando Diniz.

O presiente da Fecomércio do Rio prosseguiu salientando que a preocupação é ainda maior quando constata-se que a Selic é apenas um parâmetro para os juros praticados pelos bancos, que na realidade são bem mais altos, tanto para os consumidores quanto para os empresários, que precisam financiar o desenvolvimento de seus negócios. "Nosso segmento torce para que, apesar de ainda insuficiente, essa redução chegue de forma rápida e consistente às taxas cobradas por instituições financeiras, dando algum alento à recuperação da atividade comercial, fundamental para a recuperação da renda em nosso país", completou.