Rio, 17/09/03 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, ficou surpreso com a queda de dois pontos percentuais na taxa básica de juros (Selic). Ele disse que esperava uma decisão mais "tímida e conservadora" do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, algo em torno de 1 e 1,5 ponto percentual. "Felizmente o governo foi mais arrojado e chegou aos dois pontos percentuais", afirmou João Carlos.
Ele disse que a Selic em 20% ao ano ainda é uma taxa de juros elevada, mas destacou que prossegue a linha do governo de redução gradual da taxa. O presidente da Abras acredita que, com as próximas reuniões do Copom em outubro e novembro, quando para ele devem ocorrer novas quedas "nem tão elevadas", a Selic poderá fechar o ano em 17% ou 18%. "Isso será muito bom para as vendas dos supermercados, principalmente para o Natal. Poderemos ter conseqüências diretas e indiretas", disse o presidente da Abras.
Para João Carlos, o consumidor poderá ficar com mais renda disponível, nem que seja para usar o cheque especial ou o próprio cartão de crédito. "Nessa época, dezembro, isso é muito importante, porque existem despesas sazonais, como a ceia e os presentes, e o consumidor tem muitas vezes que se endividar para cobrir os gastos em janeiro", disse ele, acrescentando que, havendo disponibilidade de recursos, com os juros menores, a decisão do consumidor ficará facilitada.