Brasília, 17/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os governadores convidados para participar de audiência pública, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, para discutir a reforma da Previdência, não compareceram. De acordo com a presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), os governadores Eduardo Braga, do Amazonas, Marconi Perillo, de Goiás, Wilma Faria, do Rio Grande do Norte, João Alves, de Sergipe, Germano Rigotto, Rio Grande do Sul, e Geraldo Alckimin, de São Paulo, foram avisados em cima da hora e não puderam alterar suas agendas.
Para o relator da proposta, Tião Viana (PT/AC), a ausência é preocupante. Ele acredita que a falta dos governadores pode ser interpretada como um pedido de prazo para aprofundar as discussões. "Não é bom porque os governadores foram imprescindíveis, construíram junto com o governo a primeira proposta. O ideal seria que eles estivessem aqui e consolidassem com clareza as suas preocupações", alertou.
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, por sua vez, não acredita que a ausência signifique algum tipo de pressão política. "O Senado não pecisa de pressão. Os governadores já estão atuando positivamente pela reforma da Previdência. É um compromisso do presidente Lula com os 27 governadores", afirmou.
O senador Tião Viana confirmou que vai fazer a leitura do seu relatório na tarde de hoje e admitiu que a reforma deverá ter mudanças. Não explicou se as alterações já estarão no relatório ou se serão feitas depois. "O entendimento que vigora hoje no Senado é a favor de alterações no texto enviado pela Câmara. O problema agora é a oportunidade de alteração, se neste momento, na Comissão de Constituição e Justiça ou na construção de um entendimento com os partidos, no plenário", afirmou o parlamentar acreano.
Tião Viana disse que as mudanças devem ser feitas nos seguintes pontos: subteto das aposentadorias nos estados, a situação das pessoas que começaram na atividade profissional muito cedo, taxa de isenção para inativos com mais de 70 anos e com doenças graves e o fortalecimento do controle social na matéria.