Programa de apoio a elétricas pode chegar a R$ 9 bilhões

16/09/2003 - 20h23

Rio, 16/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, estima que o programa de apoio à Capitalização de Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica, anunciado, hoje, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, pode atingir o valor de R$ 9 bilhões.

Desse total R$ 3 bilhões cabem ao banco, dinheiro que será aplicado no financiamento de até 50% das dívidas de curto prazo. O restante dos recursos deve sair das negociações com bancos privados e investimentos dos controladores. As empresas precisam ainda negociar 30% do total das dívidas.

Segundo a ministra, o fato de os acionistas serem chamados a opinar no programa é a característica inovadora do modelo adotado pelo BNDES. Além disso, ela destacou que o modelo vai propiciar o alongamento do perfil da dívida. "Ele visa a criar as condições para que investimentos de longo prazo, fundos de pensões, acionistas em geral queiram investir nessas empresas."

O presidente do Banco, Carlos Lessa, informou que já existem vinte e quatro empresas, de nove grupos, interessadas na participação do programa. "O que nós queremos é que esse programa dê origem a um elenco de distribuidoras que sejam saudáveis e que sejam empresas cuja participação acionária esteja aberta aos investidores." Cada empresa terá que apresentar o seu próprio quadro de fontes e fundos, para análise do BNDES.

De acordo com Dilma Rousseff, o ministério não faz restrições para a entrada das empresas desde que elas estejam em condições de se enquadrar no modelo. Carlos Lessa explicou, no entanto, que, no momento, a Eletropaulo não poderá se candidatar à capitalização porque quando o programa estava sendo elaborado o acordo entre a AES e o banco não estava fechado, mas a situação pode mudar. " Digamos que a Eletropaulo terminado o prazo do processo de verificação de dados e cumprimento das exigências, claramente ela pode entrar".