João Paulo recebe donas-de-casa e faz desabafo sobre ''falsidade'' nas relações políticas

16/09/2003 - 17h31

Brasília, 16/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), vestiu hoje o avental de cozinheiro e defendeu a causa do movimento de donas-de-casa que reivindicam o benefício mínimo da Previdência Social de R$ 240,00 para mulheres de baixa renda que, muitas vezes, não têm condições de arranjar um emprego por conta dos compromissos do lar. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2001, mostra que pelo menos 1 milhão de brasileiras com mais de 60 anos estão nestas condições. O impacto anual nos cofres da Previdência, com o pagamento deste benefício às donas-de-casa, seria da ordem de R$ 3,3 bilhões, segundo o IBGE.

Ao receber as representantes do movimento das donas-de-casa, no Salão Verde da Câmara, João Paulo Cunha aproveitou o discurso para fazer um desabafo sobre "a falsidade" que predomina nas relações políticas, especialmente no Congresso Nacional. "Vocês trazem a esta Casa a luz da sinceridade, num ambiente que nem sempre tem sinceridade. Muitas vezes, é dominado pela falsidade", afirmou. João Paulo foi ainda mais longe ao avaliar o ambiente político da Casa que preside: "É um ambiente machista, que nunca reconhece a coragem e, muitas vezes, opta por outro caminho", disse ele às representantes do movimento.